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  • Nov

    15

    2021

Proclamação da República

História da Proclamação da República:

A proclamação da república foi resultado de um golpe encabeçado pelos militares, mas que contou com envolvimento civil, e foi, em parte, planejada, e, em parte, improvisada. No começo de novembro, como vimos, os boatos sobre uma conspiração eram muito fortes. O passo decisivo para que a proclamação fosse deflagrada foi a adesão do marechal Deodoro da Fonseca.

No dia 10 de novembro, republicanos foram até a casa do marechal para convencê-lo a juntar-se a eles em um movimento para derrubar o Visconde de Ouro Preto do Gabinete Ministerial. Entre os presentes estavam Rui Barbosa, Benjamin Constant e Aristides Lobo. O marechal foi convencido a aderir ao golpe após uma série de argumentos baseados em muitos boatos.

A adesão do marechal aconteceu visando ao seguinte objetivo: a destituição do Visconde de Ouro Preto. Os acontecimentos da proclamação da república foram divididos, pela historiadora Ângela Alonso, em oito episódios, que se estenderam por 81 horas, a começarem no dia 14 de novembro de 1889. Os episódios narrados por ela foram os seguintes

  1. Desencadeamento da sublevação civil-militar
  2. Deposição do Gabinete Ministerial
  3. Reação monarquista
  4. Mobilização no espaço público e proclamação da república
  5. Formação do governo republicano
  6. Tentativa de formação de um gabinete monarquista
  7. Cerco da família imperial e posse do governo provisório
  8. Deportação da dinastia

Dentro dessa composição, o golpe que levou à proclamação da república foi realizado no dia 15 de novembro de 1889. Entretanto, as ações relacionadas a esse acontecimento iniciaram-se no dia 14 por meio de notícias falsas veiculadas com o objetivo de gerar adesão ao golpe em curso. Isso colocou alguns grupos militares em ação contra a monarquia.

No dia seguinte, 15, tropas lideradas por Deodoro da Fonseca cercaram o quartel-general que ficava no Campo do Santana. Ele ordenou que o Visconde de Ouro Preto e o ministro da Justiça, Cândido de Oliveira, fossem presos. Após prender os dois, o marechal fez um elogio ao imperador e foi para sua casa, à espera que d. Pedro II formasse um novo gabinete.

No entanto, isso não aconteceu. Enquanto isso, outras pessoas envolvidas na conspiração começaram a agir para tornar esse acontecimento o responsável pela proclamação da república. Durante a tarde do dia 15, foi proposto que a república fosse proclamada na Câmara Municipal ou no Senado.

Ficou decidido que a proclamação aconteceria em uma sessão da Câmara Municipal, e nela, José do Patrocínio foi o responsável pela proclamação da república no Brasil. Houve alguma celebração nas ruas do Rio de Janeiro, com desfiles e vivas sendo puxados pelos envolvidos na conspiração. Nessas comemorações, fala-se da participação de populares.

Houve uma tentativa de resistência organizada por monarquistas, como Conde d’Eu e André Rebouças, mas ela não avançou. O imperador d. Pedro II, que estava em Petrópolis, ainda tentou formar um novo gabinete, mas sua proposta não foi aceita. Os republicanos, em seguida, formaram um governo provisório.

governo provisório contou com muitos dos envolvidos na conspiração contra a monarquia. Quintino Bocaiuva assumiu a pasta das Relações Exteriores; Benjamin Constant assumiu a pasta da Guerra; Aristides Lobo assumiu a pasta do Interior; Rui Barbosa assumiu a pasta da Fazenda etc. O marechal Deodoro da Fonseca, por sua vez, foi indicado à presidência.

Por fim, a família imeperial foi expulsa do Brasil. No dia 16 de novembro, ela recebeu a ordem de deixar o país em até 24 horas, e, no mesmo dia, um decreto do governo provisório anunciou que a ela receberia a quantia de cinco mil réis. Entretanto, essa medida indenizatória foi revogada em dezembro de 1889. No dia 17 de novembro, a família real embarcava para Lisboa.